
Daniel Manzoni
No ano de 2020 o mundo parou e fomos forçados a fazer uma quarentena que virou um pesadelo. Já estamos em 2022 e ainda estamos contando os prejuízos. Muito do descaso da gestão do governo brasileiro com a educação e ciência já começa a ser esquecido. Durante o ano de 2020 eu fazia a leitura e escrita de um diário de análise da obra “A vida de Galileu” do autor alemão Bertold Brecht para minha segunda tese de doutorado na área de teoria literária na UNICAMP. A crise da pandemia invadiu minhas análises de leitura da obra que estão registradas no diário que escrevi em 1 ano quando nos planava a dúvida se teríamos vacinas contra a COVID-19. O diário escrito serviu de base para a análise autoetnográfica da tese em teoria literária de crítica à Ciência e a vida dos cientistas. A decisão de publicação do diário como um livro é com o mesmo objetivo do fazer barulho do voo dos morcegos como no conto “Os companheiros: uma história embaçada” do escritor Caio Fernando Abreu. O conto de Abreu é sobre um grupo de colegas militantes políticos que se reúnem em uma casa permanecem completamente em silêncio. Os únicos sons que chegam até nós pessoas leitoras são o de um narrador analítico presente que tenta falar por cada uma daquelas personagens que não conseguem contar suas histórias; o outro som que todas as personagens podem ouvir que é aquele produzido das asas de morcegos que voam o tempo todo fora da casa quebrando o silêncio e incomodando aquele grupo de pessoas. Isso nos leva a pensar que a ideia da publicação do diário é fomentar nossos morcegos bem barulhentos e não deixar as memórias silenciadas. Aqui apresentamos uma versão bilíngue do diário (português/inglês).
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